Mudar a maneira como pensamos (a rotina, o lugar que ocupamos nos nossos círculos de convívio ou a maneira como trabalhamos, por exemplo) exige que a gente assuma uma postura de vigilância diária e um questionamento permanente sobre as nossas próprias ações. Isso é, na mesma medida, cansativo e renovador.
Cansativo porque é claro que isso aumenta a dose de criticidade em relação a nós mesmos e ao universo no qual estamos inseridos, e renovador porque nos dá também a oportunidade de exercitar a criatividade e de ampliar a nossa busca permanente por referências.
Trabalhar pela Casa Lab tem me dado a oportunidade de encontrar muita gente que está exatamente nesse caminho. Gente que cria novos produtos, ressignifica produção e consumo e leva muito a sério o conceito de empresa e marca com propósito.
Criar estratégias de divulgação para essas novas marcas, seja com conteúdo em redes sociais, blog ou em ações de PR é estar em permanente estado de mudança. Porque, para uma marca que está inserida em um contexto de mudança de hábitos de consumo, é preciso criar algo tão diferente e personalizado quanto o produto que ela oferece. E para isso acontecer, muitas vezes o caminho é descobrir uma nova ferramenta, fazer uma pesquisa manualmente ou envolver o cliente inserindo a ele próprio como elemento-chave da estratégia. Acontece, e dá super certo.
Uma prova muito pessoal disso foi a nossa flowershop. Quando colocamos o projeto para rodar, tivemos que mapear feiras, bazares, eventos e empresas que estão empenhadas em criar e viver um novo estilo de vida, que valorizam os produtos feitos à mão, a produção local, que resgatam o relacionamento entre marcas e clientes e que, principalmente, sabem que no centro de tudo isso está o relacionamento das pessoas por trás (ou à frente) das marcas com as pessoas por trás da definição de clientes.
Essa é uma mudança de comportamento bastante significativa, pelo menos para quem, assim como eu, vinha de uma agência de conteúdo com um cliente de grande porte. Antes de qualquer coisa, seja da estratégia, da ideia, do projeto, conteúdo, rede social, antes de qualquer coisa, está o propósito da marca, a ideia de quem a criou, e o relacionamento dessa pessoa-marca com outras pessoas-marcas (ou até grandes marcas, em alguns casos). E a gente sabe que se relacionar dá um baita trabalho, mas é assim que somos todos mais felizes. E a pesquisa da Harvard tá aí pra provar isso.