Está disponível na Netflix o documentário Minimalism: a documentary about the Important Things. Basicamente, o documentário aborda o minimalismo como estilo de vida (comprar menos, consumir menos e, o mais importante, consumir de maneira consciente) e como a dupla – intitulada Os Minimalistas – Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus têm vivido essa filosofia.
Mesmo fazendo mais sentido para o público dos Estados Unidos (pelo histórico de consumo exagerado lá), esse discurso vem fazendo muito sentido para mim há algum tempo. Tenho comprado menos coisas e consumido menos coisas. Menos roupas e sapatos, trocado menos de celular e até ido menos a shows, que é algo de que gosto muito. Sempre que me vejo ansiosa com algum anúncio de turnê eu penso “será que vale a pena ir nesse ou deixar passar para ver a banda ou o cantor x, o que vai realmente me deixar feliz?”. Até mesmo livros, que eu comprava aos montes e acabava mais enfileirando do que efetivamente lendo do início ao fim eu consumo astronomicamente menos. Um dia resolvi doar quase toda a minha coleção e sou bem feliz assim. Não senti falta de nenhuma brochurinha sequer. Tenho certeza de que quem recebeu aproveitou melhor do que eu – os amigos e a galera do ponto de ônibus perto de casa.
Tudo isso é consumir menos, e pra mim tem relação direta com a noção e sensação de felicidade. Pra mim e pra muita gente, já que isso é uma tendência mundial. Por quê? Porque a gente não precisa ler tanto, comer tanto em restaurantes estrelados, postar tanto nas redes sociais, ir a todos os shows badalados, assistir a todas as séries originais da Netflix, ter todos os lançamentos da Apple ou da Samsung pra ser feliz, pra viver plenamente cada um dos nossos dias. Hoje dou muito mais valor quando leio algo realmente bom, quando provo uma boa comida e quanto vou a um show . Eu realmente aproveito esses momentos. Eu realmente vivo esses momentos.
É claro que isso tudo tem a ver com autoconhecimento e com a noção que temos de felicidade. E ter a Deb Rocha como parceira e companheira é parte gigante dessa noção de felicidade. Mas essa é outra história.
O que quero dizer é que consumir menos faz muito sentido. Consumir só o que é útil, o que precisamos (e não algo que nos faz justificar uma necessidade) ou o que realmente faz sentido e o que vamos usar no dia a dia ou como repertório.