Por Debora Rocha
Se tem algo que me faz esquecer das horas no Instagram são os perfis de creators com foco em gastronomia. Eu amo um feed bonito (apesar do meu ser todo bagunçado) e amo quem produz conteúdo bonito e criativo sobre comida. Vivemos nessa eterna discussão sobre como ter mais saúde mental na internet e pra mim, esses perfis são ótimas fontes de inspiração e criatividade.
Escolhi alguns entre os meus preferidos, pois são muitos, pra ilustrar esse post. Mas também acho divertido encontrar aleatoriamente os que mais te chamam atenção. O que eu amo em um perfil bonito de comida é que apenas dois pontos interessam: comida gostosa e conteúdo bem produzido. No mais, é uma ótima maneira de furar a bolha e seguir creators que não são cool entre os seus amigos, ou que vivem uma vida completamente diferente da sua. Vale muito a experiência. Dito tudo isso, vamos às minhas inspirações:
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por The Marshmallowist (@themarshmallowist) em
@themarshmallowist – nem sou fã de marshmallows, mas esse perfil de uma loja em Londres especialista no docinho já foi minha referência para vários trabalhos. Amo a maneira como eles trazem o produto e a matéria prima como protagonistas, sem deixar de pensar na estética. Gosto muito de toda a sinestesia, o lúdico, mas ao mesmo tempo a sofisticação de cada imagem, algo importante quando você precisa comunicar um produto de luxo. Como comunicadora, acho incrível que o tom de voz está sempre adequado à persona da marca e as cores dos posts ora são vibrantes, ora são mais neutras e deixam o feed organizado, mas ao mesmo interessante, sem ser repetitivo.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Maunika Gowardhan (@cookinacurry) em
@cookinacurry – esse é o perfil da chef indiana Maunika Gowardhan. Ela nasceu em Mumbai, na Índia e atualmente mora em Londres. Não é exatamente um perfil de creator, está muito mais para um perfil de uma culinarista, mas as fotos seguem um conceito muito legal de valorização dos ingredientes milenares que ela usa, provenientes do tipo de comida que está na sua família há gerações. Também gosto muito da maneira como a Maunika aparece no perfil, sempre compartilhando o lifestyle dela em Londres, mas pelo olhar de uma mulher indiana consciente da sua cultura e da importância de ser uma chef que cozinha de acordo com a tradição do seu país. É muito comum, desde que a gastronomia ganhou espaço em reality shows, que chefs europeus e americanos se utilizem de receitas de outras culturas, contribuindo para o apagamento cultural dentro da gastronomia. Já vi chef americana chamando curry de ensopado de legumes e, por essas coisas, é que perfis como o da Maunika são tão importantes e inspiradores.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Diane Morrisey (@dianemorrisey) em
@dianemorrisey – arrisco dizer que esse é um dos perfis de comida que mais me divertem no Instagram. A Diane é uma produtora de conteúdo americana, mãe de seis filhos (adultos, inclusive), que compartilha as receitas que faz para sua família. O que eu mais amo nesse perfil é que eu não faço ideia da posição política da Diane (apesar de tudo indicar que temos uma republicana aqui), não tenho absolutamente nada em comum com ela e suas receitas vão contra boa parte dos meus princípios na cozinha. Se você assistir a um IGTV de receita dela vai entender o que eu estou dizendo. Quase tudo que ela cozinha vem pronto ou em uma lata, ou em garrafas de plástico, ou em pacotes enormes de macarrão e carnes congeladas. Mas mesmo assim, dá uma puta vontade de comer, a indulgência grita e se você topa fazer algo que não costuma fazer, apenas pra se divertir um pouco, vai experimentar uma comida saborosa e com cara de reunião de família aos domingos. Sou muito apaixonada pela Diane e se você seguir o perfil vai me entender, rs.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por matosdecomer (@matosdecomer) em
@matosdecomer – como jornalista, não basta só um feed bonito pra me conquistar. Nesse perfil você não vai encontrar fotos produzidas, ideias criativas de produção de conteúdo, mas com certeza terá acesso a muita informação de qualidade. Acho incrível poder aprender um pouco mais sobre PANCS (plantas alimentícias não convencionais) enquanto rolo o feed do IG. Desde que saí de um apartamento e me mudei pra uma casa, meu interesse em plantio e em alimentos que eu ainda desconheço triplicou e esse perfil tem me trazido muita inspiração e conhecimento. Acho que a pesquisa e o conhecimento aprofundado (que com certeza não foi adquirido na internet) ainda tem pouco espaço nos feeds de IG e por isso eu piro quando encontro perfis que me ajudam a estudar e conhecer mais.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Mei Yee (@nm_meiyee) em
@nm_meiyee – não sei de onde ela e não consigo descobrir. Mas sei que Mei é uma referência em comida plant-based, ou seja, feita 100% de origem vegetal. Além de tirar a gente do óbvio, de que comida vegan não combina com confeitaria, a Mei é uma criadora de conteúdo muito talentosa, uma vez que todo conteúdo produzido por ela segue uma identidade visual incrível e com certeza muito conceituada. Os pratos e doces que ela cria são obras de arte, de tão perfeitamente estéticos e fica tudo ainda mais legal quando você entende os ingredientes usados.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Lena Mattar | Comes & Bebes (@lenamattar) em
@lenamattar – eu poderia ser amiga da Lena Mattar, mas não nos conhecemos, rs. Assim como eu, Lena é jornalista e atualmente seu foco é a produção de conteúdo digital próprio e para restaurantes super legais, como o Komah, em São Paulo. Eu amo praticamente todas as receitas que ela publica e sei do empenho da Lena em produzir boas fotos, em valorizar os ingredientes e, principalmente, despertar desejo para que as pessoas cozinhem mais. Uma coisa muito legal do perfil é que você encontra ali toda a alma da pessoa foodie, mas não é arrogante ou inacessível. Eu sempre fico passada como as mulheres são finas e sofisticadas ao falar de comida, sem serem arrogantes e pé no saco como a maioria dos críticos e chefs homens. Por isso que não indiquei nenhum aqui, rs.